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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

BALADA DE AMOR NA PRAIA

Ai como sofre o corpo que se esfrega
no corpo que se entrega e não se entrega

é como a convulsão da preamar
a querer atirar o mar no ar

a onda rija bate como espada
nos musgos da mulher ensolarada

guelras arfantes, pernas semifusas
gritam sombras morenas de medusas

e a verde rocha em V vê o duelo
do peixe azul fisgado no amarelo

compondo um bicho humano sobre a praia
que se desfaz em rendas e cambraia

moluscos musculares do desejo
decápode do homem - caranguejo

anêmonas e polvos complacentes
a resvalar de abismo inocentes

como se amar no mar fosse encontrar
nossa animalidade elementar

qual fosse o ser na praia (duplicado
de amor) bicho de amor do mar gerado

cujas garras fatais persuasivas
deslizam pelas angras sensitivas

pelos quadris que dançam pelos frisos
conjugais - ziguezague de mil guizos -

garras que buscam a melhor textura
no ventre no pescoço na cintura

já quase a devorar a lua cheia
no litoral do céu feito de areia

e o sol diz nomes feios para a lua
pedindo que ela entenda e fique nua

para que possa a coisa hermafrodita
mudar a vida breve e infinita

e quando enfim de amor o bicho - arraia
na confusão voraz freme e se espraia

é como a convulsão da preamar
que conseguiu jogar o mar no ar





                           _ Paulo Mendes Campos _

2 comentários:

  1. Amei a receita da faixinha, parece ser complicada mas com um pouco de dedicaçõa da pra fazer várias e com vários tipos de pontos.
    Obrigada por dividir com a gente.
    Parabés pelo seu blog, desejo muita sorte!
    bjs.

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  2. Olá,
    Sou tricoteira tbém e da comunidade "Eu amo fazer tricÔ" do orkut.Já te add.
    Espero vc tbém lá no meu blog.
    www.fiosdeluz-li.blogspot.com

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