Ai como sofre o corpo que se esfrega
no corpo que se entrega e não se entrega
é como a convulsão da preamar
a querer atirar o mar no ar
a onda rija bate como espada
nos musgos da mulher ensolarada
guelras arfantes, pernas semifusas
gritam sombras morenas de medusas
e a verde rocha em V vê o duelo
do peixe azul fisgado no amarelo
compondo um bicho humano sobre a praia
que se desfaz em rendas e cambraia
moluscos musculares do desejo
decápode do homem - caranguejo
anêmonas e polvos complacentes
a resvalar de abismo inocentes
como se amar no mar fosse encontrar
nossa animalidade elementar
qual fosse o ser na praia (duplicado
de amor) bicho de amor do mar gerado
cujas garras fatais persuasivas
deslizam pelas angras sensitivas
pelos quadris que dançam pelos frisos
conjugais - ziguezague de mil guizos -
garras que buscam a melhor textura
no ventre no pescoço na cintura
já quase a devorar a lua cheia
no litoral do céu feito de areia
e o sol diz nomes feios para a lua
pedindo que ela entenda e fique nua
para que possa a coisa hermafrodita
mudar a vida breve e infinita
e quando enfim de amor o bicho - arraia
na confusão voraz freme e se espraia
é como a convulsão da preamar
que conseguiu jogar o mar no ar
_ Paulo Mendes Campos _
Amei a receita da faixinha, parece ser complicada mas com um pouco de dedicaçõa da pra fazer várias e com vários tipos de pontos.
ResponderExcluirObrigada por dividir com a gente.
Parabés pelo seu blog, desejo muita sorte!
bjs.
Olá,
ResponderExcluirSou tricoteira tbém e da comunidade "Eu amo fazer tricÔ" do orkut.Já te add.
Espero vc tbém lá no meu blog.
www.fiosdeluz-li.blogspot.com